quarta-feira, 11 de maio de 2011

Tecnologia nas escolas



No que diz respeito a transformar informação em conhecimento, acredito que Lévy está completamente certo e que a alfabetização é a base para tudo! Infelizmente, as nossas escolas e políticas educacionais insistem no erro comentado pelo filósofo Lévy em sua entrevista para o programa Roda Viva: a escola está apenas adquirindo músculos!

O maravilhoso discurso da "educação para todos" acabou resultando em educação sem qualidade para todos e este processo não está perto de se resolver, pois o efetivo conhecimento do aluno é mascarado para a obtenção de números em índices (idesp, ideb, etc), cujas finalidades não são especificamente educacionais. A partir destes interesses, foi implantada a progressão continuada, que apresenta uma proposta interessante e pertinente, mas que as próprias instituições de ensino não conseguem aplicar corretamente por falta de estrutura e investimentos no setor, o que resulta em adolescentes que chegam ao final de um ciclo no seu aprendizado sem habilidades e competências básicas para tal, como por exemplo interpretar um texto simples. Muitas vezes, a escola e o grupo de professores optam por não reter o aluno no ciclo pois já tentaram o possível (sem as estruturas adequadas) e o problema passa a ser outro: aluno muito mais velho em uma sala de alunos menores. A vítima acaba sendo o próprio réu, o aluno!

Não concordo com o discurso atual: para corrigir o problema, aumentam a carga horária do aluno dentro da escola, mais dias letivos, aulas maiores, mais aulas, etc. Vocês já experimentaram ficar uma hora sentados naquela cadeira escolar? É horrível! É impossível estudar mal acomodado desta maneira! E pior, salas abafadas e superlotadas! A escola hoje comete uma violência contra o cidadão que paga seus impostos e manda seus filhos para a instituição. É claro que vocês devem estar se perguntando: como é que nós adorávamos a escola? Sim, nós adorávamos, mas para nós, da "era do Atari", o tempo de permanência na escola era muito menor, menos aulas por dia e menos dias letivos por ano, e aprendíamos muito! Ainda assim, no final da quinta aula, já estávamos exaustos... normalmente, as crianças hoje têm seis aulas e quem é professor sabe o quanto é difícil dar a última aula para qualquer turma.

Não adianta informatizar a escola sem reformular sua estrutura! O jovem hoje é muito mais exigente do que éramos e ele não está errado. Para finalizar, gostaria de fazer uma analogia citando um comentário que um amigo costuma fazer sobre o crescimento das igrejas evangélicas sobre a católica: quando o fiel vai à igreja evangélica, senta em cadeiras anatômicas e confortáveis, bebe água gelada, fica no ar condicionado, o sistema de som é muito bom e ele ouve tudo com nitidez! Resultado: ficou lá por três horas e nem parece! Parece que ficou apenas uma! Já na igreja católica, os bancos são de madeira, a ventilação e o som nem sempre são tão agradáveis... o fiel fica uma hora e parece que ficou três... é só uma analogia, espero não ter sido infeliz no exemplo.

Grande abraço!
Edgar Oliveira
leprechal27@hotmail.com


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